- Por que você acha que ele é cego? – Perguntou um deles.
- Ele deve ter pecado.
- Não; é culpa da família dele.
- Jesus, o que acha? Por que ele é cego?
- Ele é cego para mostrar o que Deus é capaz de fazer.
Os apóstolos sabiam o que vinha a seguir, pois já tinham
visto aquela expressão nos olhos de Jesus. Sabiam o que Ele iria fazer, mas não
sabiam como. “Relâmpago? Trovão? Um grito? Palmas?” Eles esperaram.
Jesus começou a mover a sua boca. Os demais assistiam. “O
que Ele está fazendo?” Ele movia a mandíbula como se estivesse mastigando algo.
Algumas pessoas começaram a se inquietar. Jesus simplesmente
mastigava. Ele moveu sua mandíbula até que obteve o que queria. Cuspe.
Simplesmente saliva.
Se ninguém fez isto, alguém deve ter pensado: “Urg!”
Jesus cuspiu no chão, colocou o dedo na lama e mexeu.
Logo, aquilo se transformou em uma espécie de torta de lodo,
e Ele espalhou um pouco dessa mistura sobre os olhos do homem cego.
AquEle que transformara uma vara em um cetro e um seixo em
um projétil, agora transformava saliva e
lama em unguento para o cego.
Uma vez mais o simples elemento do mundo se tornaram
grandiosos. O inerte tornou-se divino, o comum tornou-se sagrado. Uma vez mais,
via-se o poder de Deus não por meio da habilidade do instrumento, mas pela sua
disponibilidade.
“Bem-Aventurados os mansos”, explicou Jesus. Bem-Aventurados
os que estão disponíveis. Abençoados sejam os condutos, os tuneis, as
ferramentas. Mais do que felizes são aqueles que acreditam que se Deus ousou
varas, pedras e cuspe para fazer a sua vontade, então Ele também pode nos usar.
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